Raíssa Portela

Raíssa Portela

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Sensação de infinito

     A espera é a sensação de infinito. Enquanto ela estiver presente, o que se espera não virá. Talvez por isso eu tenha tanto apreço por ela, porque carregar o infinito, mesmo que por alguns instantes, é duvidar das verdades que são espalhadas sem dúvidas e sem parar. E eu adoro a possibilidade dessas verdades serem mentiras. É o que me faz sonhar acordada. E eu sonho mais acordada que dormindo.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Eu sou o que meu corpo guarda

     O que me ajuda a encarar os caminhos desconhecidos é a vontade de que sejam bons. O que me faz ter certeza de que não sou o meu corpo. Eu sou o que eu sinto. E o corpo é como um muro que guarda o que eu sou para que eu não me perca mais ainda por aí. Pudera eu ter descoberto isso antes de engordar e emagrecer tantas vezes. Porque um muro não diz nada do que está por trás dele. Mas suas brechas sim. Não é à toa que não vejo as danças nos corpos e sim nas brechas que só alguns conseguem abrir. Há dança em poucos corpos. Há corpos sem brechas. E só consigo me envolver na vida quando faço das brechas dos outros, meus caminhos. E quando os outros fazem das minhas, os seus. 

sábado, 10 de dezembro de 2016

Eu quero me beijar até dizer que eu gosto

Quero beijos doces que me esquentem a pele
Quero um olhar profundo que me arrepie o pelo
Quero um abraço grudento mas que seja breve
Quero palavras que me conquistem mas fatos que me provem
Quero sorrisos envolventes mas que não dependam dos meus
Quero convites inesperados mas que não sejam ao léu
Quero me sentir em casa em qualquer lugar do mundo
Em que eu esteja ao seu lado

Mas antes, eu quero me beijar até dizer que eu gosto

(E isso pode levar uma vida inteira, desde que seja longa)

Meu combustível é a leveza

    Acredito em coisas que não existem. Meu corpo é encantado. E fica ainda mais, quando trilho as possibilidades invisíveis. Não é que eu não tenha, pelo menos, uma opinião formada. Formadas, não tenho mais do que dúvidas. E a vida curta que levamos não me dá tempo pra decidir. As opções que me apresentam, também, são muito poucas para me impedirem de criar outras. E o meu combustível é a leveza. Não consigo deixar de admirar a diversidade do mundo. E isso inclui ouvir sem que doa, opiniões que me pareçam estranhas. Porque sempre procuro pela beleza, desculpe. Acho que precisamos ser mais tolerantes e não querermos impor nossas opiniões ao resto do mundo a todo custo. Tentar aprender a ouvir, que disso o respeito é consequência. É preciso calma. Calma. O amor é a revolta.